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18 de Agosto de 2016

48 horas na Serra de Ibitipoca (MG)

Dicas de uma mineira - por Gíglia Ferrari, jornalista convidada

Fim de tarde é sempre encantador Fim de tarde é sempre encantador (foto: Leonardo Costa)
Passear pela Serra de Ibitipoca é um convite a respirar com os olhos! Com belíssimas paisagens, é um destino perfeito para curtir a natureza, em clima de ecoturismo: caminhadas, trilhas entre matas, mergulhos e banhos de cachoeira.

Em 48 horas de aventura e adrenalina pelos roteiros do Parque Florestal do Ibitipoca e entorno da serra, com momentos também de paz e reflexão, voltamos para casa com as energias renovadas.
 
Sexta final de tarde
Já pela bonita estrada de terra de 27km que liga Lima Duarte à Vila de Conceição do Ibitipoca, podemos observar as famosas montanhas de Minas, em meio ao clima bucólico das fazendas. Depois de devidamente acomodados, é hora de desbravar o arraial, com suas lojinhas de artesanato local.

A vila fica a 3km da portaria do Parque Estadual do Ibitipoca e foi descoberta por bandeirantes no século 17. Hoje, vive do turismo e sua população não ultrapassa a dois mil habitantes. No Centro da Vila, está a Matriz de N. Sra. da Conceição, construção em estilo colonial de 1768, que se destaca pela torre com sino construída em separado do corpo da Igreja. Também é pitoresca a Igreja de N. Sra do Rosário, erguida no início do século 19 pelos escravos. Mas, é difícil encontrá-las abertas, caso não haja nenhuma cerimônia especial.

Depois, é hora de conferir um dos charmosos bistrôs que levam o melhor da gastronomia à Serra. Entre as dicas:
- Oliva Bistrô (cozinha brasileira, contemporânea, fusion e vegetariana, com destaque para o uso exclusivo dos azeites, seja no preparo de pratos e sobremesas)
- Serrafina Café Bistrô (massas caseiras preparadas no próprio restaurante, trutas e a sugestão diária da chef) 
- Cantinho da Tailândia (os ‘curries’ são preparados manualmente, com manda a verdadeira tradição tailandesa)
 
Sábado
Manhã
No café da manhã, não deixe de provar o pão de canela, tradicional da culinária local. Depois, é hora de conhecer o Parque Estadual do Ibitipoca, um dos mais belos de Minas, quiçá do Brasil. Há duas versões para a tradução do nome Ibitipoca: “casa de pedra” (pela existência das grutas que serviam de moradia aos índios) ou “serra que estala” (ibiti = serra + poca = estala, referência aos trovões que são comuns por lá).

Para apenas um final de semana, sugiro o Circuito das Águas. É o roteiro mais curto do Parque, mas também o mais bonito. No percurso de 5km (realizado em 5 horas, caminhando devagar e que exige um mínimo de preparo físico) surgem atrativos naturais de tirar o fôlego: Gruta dos Coelhos, Prainha, Paredão, Ponte de Pedra, Cachoeira dos Macacos, Lago das Miragens e vários mirantes de onde, com certeza, você vai tirar muitas fotos. O ideal é contratar um condutor ambiental credenciado, pois além de admirar a natureza, recebemos informações corretas sobre a flora, fauna, histórias e lendas.
 
Tarde
Depois da caminhada no Parque, com a fome batendo, é hora de almoçar numa das famosas cozinhas mineiras da Serra. Minha dica é o Varanda’s, que apresenta ‘self-service’ no fogão à lenha, com muita variedades. Para aproveitar bem o sábado, o passeio de final de tarde operado pela Sauá Turismo, com duas horas de duração, até a Serra da Rancharia. Guias experientes te levam de Land Rover para uma volta pelos vilarejos, contando a história da região, com direito a belíssimo pôr do sol próximo à Serra do Topo do Mundo.
 
Noite
É bom ainda ter energia, pois a noite na Serra de Ibitipoca guarda boas opções. Aos sábados, tem sempre música ao vivo nos bares, como no complexo Ibitilua/Cleuza’s Bar e no Shopping Portal da Serra. Para quem gosta de ‘reggae’, é quase certo um showzinho no meio da rua em frente à Cervejaria Brauhaus.

Domingo
Manhã/tarde
Depois de um sábado cheio de atividades, a melhor opção é um ‘Jeep tour’ (com caminhada leve) pela trilha abaixo da Janela do Céu, um dos cartões postais da região. A cachoeira desce do Parque e forma sequências de sete quedas no entorno do povoado de Moreiras.  

Em seis horas de passeio (25km ida e volta) conhecemos belas cachoeiras e lagos, trilhas na Mata Atlântica, além de um mergulho na Banheira Real bem debaixo do paredão do Parque. Com direito ainda a almoço tipicamente mineiro no hospitaleiro povoado de Moreiras. Cozinheira de mão cheia, dona Lúcia serve os clientes no fogão à lenha e ainda os leva para conhecer sua horta.

Hora de voltar para casa. Na bagagem, um espaço reservado para aquela sensação de “quero mais”, de voltar o mais breve, já que a Serra de Ibitipoca ainda reserva outros inesquecíveis roteiros para explorar.
 
Dicas legais
- Para quem gosta de boa música, Ibitipoca tem dois tradicionais festivais: o de Jazz (julho) e o de Blues (em agosto, mas é bom reservar acomodação com até cinco meses de antecedência).
 
- Evite os feriadões, pois você pode ter dificuldades para entrar no Parque, já que a lotação é limitada a 1.200 pessoas/dia. Para quem quer conhecer a vila com sua característica principal de tranquilidade, fuja também da competição de ‘Off Road” que acontece em agosto.
 
- O ideal na serra é desconectar. Mas se você precisar, tem sinal de celular e internet das operadoras Claro e Vivo.
 
- Para quem curte pedalar, tem vários passeios de ‘bike’ no entorno do parque.
 
Fotos

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Gíglia Ferrari

Jornalista em Juiz de Fora (MG) e frequentadora de Ibitipoca desde 1985. Há 10 anos sobe a serra sempre acompanhada pelo filho, João Manoel