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11 de Julho de 2017

Cais do Valongo (RJ) é Patrimônio Mundial

Sítio histórico na zona portuária do Rio de Janeiro conquistou título da Unesco

Ao fundo, Cristo Redentor Ao fundo, Cristo Redentor (foto: Alexandre Macieira / Riotur)
A Unesco tornou o Cais do Valongo, no bairro da Gamboa (zona portuária do Rio de Janeiro), Patrimônio Mundial Cultural. No passado, a região foi o principal porto de entrada de escravos nas Américas - aproximadamente dois milhões desembarcaram ali entre 1811 e 1843.

Descoberto em 2011, durante as obras de revitalização da Zona Portuária, o sítio arqueológico é considerado um dos mais importantes testemunhos da diáspora africana localizados fora da África. No caso do Valongo, o sítio é composto por vestígios do calçamento de pedras, construído a partir de 1811, para o desembarque dos africanos escravizados trazidos para trabalhar no Brasil. 

Também há um porto de pedra construído para receber a princesa Tereza Cristina de Bourbon, mulher do Imperador Dom Pedro II, em 1843. O passeio pela área pode ser combinado com um tour pelos mais novos cartões-postais do Rio: Praça Mauá, Boulevard Olímpico, AquaRio e Orla Conde.

O Cais do Valongo faz parte do Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, que engloba ainda com a Pedra do Sal, o Jardim do Valongo, o Largo do Depósito (onde os escravos eram comercializados) e o Instituto Pretos Novos. Uma maneira bacana de conhecer a região, também batizada de Pequena África, é participando de um free walking. Mensalmente, nos fins de semana, acontece o tour Raízes Africanas, feito a pé, guiado e organizado pelo projeto Revelando o Brasil. 

Não é preciso fazer inscrição, basta aparecer no ponto de encontro divulgado, em geral, no facebook. No roteiro, que começa no Largo de Santa Rita, há passagens pelo Largo de São Francisco da Prainha, Pedra do Sal, Cais do Valongo, Jardim Suspenso do Valongo e Instituto Pretos Novos. Há saídas pela manhã (9h) e tarde (13h30). Por ser um “free walking” - passeio à pé -  não há cobrança estipulada de valores. No final do passeio, cada participante faz sua contribuição voluntária para o projeto. Você decide quanto pagar. 

As escavações do Cais do Valongo, há seis anos, encheram sete contêineres com milhares de objetos, como dentes de porco, colares e rochas recolhidas no entorno. Entre as raridades, havia uma caixinha de joias, com desenhos de uma caravela e de figuras geométricas na tampa. Dentro dela, foram encontradas 1.700 miçangas com cerca de um milímetro de diâmetro. O material, quase 500 mil peças, permanece sob a guarda da prefeitura, num dos galpões da Gamboa, que deveria abrigar o Laboratório Aberto de Arqueologia Urbana.

A decisão unânime de dar o título ao Valongo foi tomada pelo Comitê do Patrimônio Mundial, formado por 21 nações, numa reunião em Cracóvia, na Polônia. É o segundo título da Unesco conquistado pela cidade: o primeiro foi chancelado em 2012, para a paisagem cultural urbana do Rio.  O Brasil foi o primeiro país a inscrever um sítio relacionado à escravidão, sendo esse o primeiro a ser reconhecido no mundo. Todos os países africanos se uniram para apoiar a candidatura.

Fotos
Alexandre Macieira / Riotur

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