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10 de Novembro de 2016

48 horas em Ilhabela (SP)

Por Heloísa Cestari, jornalista convidada

Cenários sempre encantadores Cenários sempre encantadores (foto: Heloisa Cestari)
Para quem mora no Grande ABC, como eu, as praias do Litoral Norte de São Paulo são uma excelente opção de passeio para o fim de semana. Ilhabela é um dos meus destinos preferidos e, como o nome sugere, é um dos pedaços de terra cercados de água mais belos da costa brasileira.

Com natureza preservada e muitos quês de sofisticação, a ilha, a 213km da capital, esbanja charme em suas 42 praias cercadas de Mata Atlântica, cachoeiras, navios naufragados, restaurantes de primeira e eventos que atraem visitantes o ano todo, faça frio ou calor. 

No verão, o clima de badalação se concentra especialmente nos beach clubs, que ficam abarrotados ao entardecer, assim como as praias do Curral, do Saco da Capela e os barzinhos da Vila, onde sempre rola um som ao vivo noite adentro. No resto do ano, festivais se encarregam de manter a movimentação, reunindo desde velejadores e amantes da boa mesa até aqueles que sabem aproveitar qualquer forma de expressão artística para justificar um fim de semana à beira-mar, mesmo durante o inverno.

O acesso à ilha é por balsa e dura 20 minutos, mas pode ter filas quilométricas no verão ou em feriados. Para quem não quer ficar até quatro horas esperando, a alternativa é agendar a travessia, pagando mais caro. Passado o percurso, é hora de caprichar no repelente para espantar os borrachudos e explorar o que Ilhabela tem de melhor. 

Agências oferecem passeios de escuna, jipe e lancha por toda a ilha. Também é possível seguir de carro pelos 29km da pista à beira-mar que contorna o lado virado para o Canal de São Sebastião. Assim, você tem mais liberdade para conhecer Ilhabela no seu tempo. A seguir, um roteiro que pode ser feito em 48 horas, faça chuva ou sol. 

Sexta à noite
Siga para o centro histórico, chamado de Vila. Passear ali é sempre um bom programa pós-praia ou à noite. Dá para fotografar construções antigas, tomar um café na livraria Ponto da Letras ou no Free Port, comprar artesanato e petiscar nas mesinhas ao ar livre do Bar SP. Na hora da fome, vale saborear um sanduíche do Borrachudo. O único dissabor é que, no verão, é difícil estacionar e até mesmo caminhar no meio de tanta gente. Mas, para quem gosta de badalação, é um prato cheio.

Sábado
Manhã
Tire o dia para percorrer de carro as praias do lado urbanizado de Ilhabela, parando nos pontos que tiverem a ver com o seu perfil. As da Feiticeira e do Curral, ao sul, viram point durante o verão. A primeira não tem quiosques, nem sequer sombra natural, mas seus 250m de faixa de areia com mar de tombo ficam incrivelmente lotados. E ainda servem de ponto de partida para o rapel na Cachoeira dos Três Tombos, a apenas 15 minutos de trilha. 

Quer mais infra? Siga para a Praia do Curral, com barzinhos entre costões de pedra e toques extras de glamour no seu lado direito, por conta do luxuoso DPNY Beach Hotel. Logo adiante, a Praia do Veloso desponta com proposta completamente diferente. Sua orla – assim como a da belíssima Praia do Julião – é perfeita para famílias e praticantes de trekking, já que é de lá que parte a trilha para a Cachoeira do Veloso. Se este é o seu destino, estacione no camping e pergunte pelo caminho, pois não há sinalização. São 40 minutos de caminhada até a queda de 60m de altura. Na dúvida, contrate o serviço de um guia. 

Tarde
Almoce na Vila e siga para as praias do norte. As primeiras a serem avistadas são as de Saco do Indaiá, Santa Tereza – endereço do estrelado restaurante Marakuthai –, as tranquilas Viana, Siriúba e, por fim, a misteriosa Garapocaia, também chamada de Praia da Pedra do Sino devido ao som que as rochas emitem quando alguém lhes dá uma pancada. Vale arriscar uma martelada para ouvir o repicar dos sinos. 

Para terminar a aventura com chave dourada, vá além de onde o vento faz a curva – e o asfalto vira terra – para conhecer a mais bela e distante praia com acesso pela avenida da orla: a do Jabaquara, cujo mirante forma um dos cenários mais incríveis do litoral paulista, sem casas nem condomínios, apenas a natureza. Um restaurante serve de apoio aos visitantes, que também podem chegar de barco para escapar do trânsito.

Noite
Surpreenda sua companhia com um romântico jantar no Il Capitano. O italianíssimo menu é farto em massas, a exemplo do penne com alcachofras e do espaguete com frutos do mar. De quebra, brinde o dia perfeito com o drink Ilhabela, com cachaça, curaçau blue, refrigerante, suco de limão, groselha e hortelã. Tintim!

Domingo
Manhã/tarde
Tire o dia para desbravar o lado de mar aberto da ilha. Isolado e com difíceis acessos, ele esconde as praias mais selvagens. Minha sugestão é ir para Castelhanos, que é quase deserta e oferece boas ondas para os surfistas. 

Como o acesso é remoto, chega-se de barco, bicicleta, a cavalo ou em veículos 4x4 que percorrem a trilha de 22km em meio à Mata Atlântica protegida pelo parque. É para lá que a maioria dos passeios organizados por agências segue. Normalmente, o grupo é dividido em dois: metade vai de jipe e retorna em escunas que contornam a ilha, e a outra metade vai de barco e retorna nos veículos. 

A aventura dura o dia inteiro e é bom agendar com antecedência ou chegar cedo se for em veículo próprio pois, no último verão, a prefeitura estabeleceu um limite diário de jipes e carros particulares que podem percorrer o trajeto. 

Se restar fôlego após uma hora e meia de solavancos dentro de um 4x4, é possível caminhar até as praias Mansa e Vermelha ou, no Canto do Ribeirão, iniciar uma trilha de 2km até a Cachoeira do Gato, com 80m. Os fãs do mergulho com cilindro, por sua vez, podem submergir à procura do naufrágio do navio espanhol Príncipe das Astúrias, que afundou em 1916 na Baía dos Castelhanos. 

Por fim, reserve um tempinho para relaxar na longa faixa de areia de Castelhanos enquanto contempla o mar de águas claras ou se refresca na lagoa formada por um riozinho no lado direito da praia. 

Noite
Recompense a energia gasta no dia com um belo jantar no centro histórico ou no Perequê. Opções gastronômicas à altura das belezas de Ilhabela não faltam por ali.

Fotos
Lucas Daniel (Praia de Castelhanos)
Heloisa Cestari 

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Heloísa Cestari

Jornalista e autora de guias de viagem. Atualmente, escreve para a revista Viaje Mais Luxo, a coleção Guia 7 Dias e o site Rota de Férias.