Viagem ao redor da boa mesa!
O bairro do Rio Vermelho não é famoso apenas pela noite animada e pelas festas em homenagem à Yemanjá. No Largo de Santana, as famosas baianas Dinha e Regina dividem o espaço com os bares, que espalham mesinhas e cadeiras nas calçadas. A bebida vem dos barzinhos, mas os petiscos... chegam direto das barracas das quituteiras! O acarajé, um bolinho de feijão fradinho frito em azeite de dendê e recheado com camarão seco, vinagrete e vatapá (massa à base de pão, amendoim, castanha de caju, leite de coco e condimentos) é o carro-chefe, consumido "quente" (com pimenta) ou frio (sem). E ainda tem abará, caruru, vatapá... Axé!
Uma infinidade de restaurantes estrelados se espalha pelos bairros de Aldeota e Varjota. Mas é possível comer lagosta fresquinha, com os pés quase na areia, apreciando o pôr do sol e pagando preço bastante acessível. Onde? No Mercado do Peixe, no finalzinho da praia de Mucuripe. O esquema é o seguinte: você escolhe e compra a lagosta (e outros frutos no bar) nos boxes organizadíssimos. O produto é limpo e entregue na barraquinha ao redor que você escolher. Daí é só pedir a cerveja e aguardar a delícia. Um valor simbólico é cobrado junto com a conta para cobrir o preparo do prato. Porreta, não?
O nome não poderia ser mais sugestivo: Passarela do Caranguejo. E é na passarela, na badalada praia do Atalaia, que moradores e turistas encaram o crustáceo. Martelinho em punho é hora de saborear as patinhas, que também podem ser encontradas em forma de petiscos acompanhadas de molho rosé. Já as casquinhas de caranguejo valem por uma refeição! E por que não combiná-las com carne de sol e pirão de leite, uma espécie de molho branco, outros destaques saborosos da gastronomia local?
Considerado um dos maiores pólos gastronômicos do Nordeste, o eixo Recife-Olinda capricha na hora de apresentar os pratos da cozinha pernambucana, à base de frutos do mar e sabores do sertão. As sobremesas, porém, merecem um super destaque como o bolo de rolo, uma massa finíssima de pão-de-ló enrolada e recheada com goiabada derretida. O mais famoso é o da Casa dos Frios, com lojas em Boa Viagem e Graças, que oferece a delícia ainda com outros recheios: chocolate, doce de leite e, sob encomenda, nozes, ameixa e maracujá.
Pão de queijo & Comidas de boteco - Belo Horizonte (MG)
A tradição e a fama dos petiscos dos botequins da capital ganharam fama e são repetidos em bares Brasil afora. Mas para comer uma autêntica mandioca (ou aipim ou macaxeira, dependendo da sua região) com linguiça mineira e torresmo, só mesmo nas milhares de casas de "Beagá"! Para reunir todos os prazeres em um só lugar, siga para o Mercado Central, com bares e lojinhas de doces. Para o café da manhã, aposte no tradicional pão de queijo quentinho, de comer ajoelhado!
Feijão tropeiro, tutu & lombinho de porco - Tiradentes (MG)
E ainda tem o frango com quiabo, ao molho pardo, a couve... sem contar as sobremesas: doce de leite, de abóbora, ambrosia... As receitas típicas de Minas reúnem ingredientes simples, porém, temperados com afeto e preparados no fogão a lenha! Na região de Tiradentes (e em todas as cidades históricas), os pratos combinam a herança dos portugueses atraídos pelo ouro e diamante e a criatividade e o apetite dos escravos, que trabalhavam pesado nas minas. Essa mescla perfeita pode ser apreciada sem moderação nos restaurantes de culinária mineira, que se espalham pelos arredores do Centro Histórico.
Tão deliciosa quanto a moqueca baiana, a moqueca capixaba tem suas peculiaridades: não leva azeite dendê e nem leite de coco. Preparado em panela de barro, o prato combina filé de peixe cozido em molho de tomate, coentro, cebola, azeite e urucum. Camarões e outros frutos do mar fresquinhos também podem compor a iguaria, que é levada à mesa na panela ainda fumegante. E sabe onde ficam os melhores restaurantes de moqueca da cidade? Na linda praia de Meaípe - já viu que um passeio até lá vale por dois, não?
Feijoada & pastel - Rio de Janeiro (RJ)
A dupla é unanimidade nas mesas dos bares cariocas nos finais de semana! Clássico é curtir uma feijoada no bairro de Santa Teresa, em especial no Bar do Mineiro, nas tardes de sábado. Mas vá cedo para garantir mesa. Quem chega tarde, amarga na fila de espera, porém, pode se deliciar com os pastéis de feijão - isso mesmo! O quitute leva massa comum e o segredo está no recheio, à base de feijão preto, carne seca e couve. Para fazer a digestão, vale caminhar até o belo Parque das Ruínas, com vista panorâmica da Baía da Guanabara. Ou curtir as muitas lojinhas de artesanato nos arredores do Largo dos Guimarães.
É dificílima - no bom sentido! - a tarefa de escolher onde comer em Paraty. A cada esquina do lindo Centro Histórico surgem restaurantes especializados nas cozinhas da França, da Itália, da Tailândia... Porém, não abra mão de conhecer a saborosa culinária da região, à base de pescados e sempre tendo a banana da terra e o palmito de palmeira-real como acompanhamentos. Experimente o típico Camarão Casadinho: dois crustáceos graúdos assados, recheados com farofa picante de camarões miúdos e presos um ao outro, como um sanduíche. Nos restaurantes Do Hiltinho e Refúgio, ambos no centrinho, eles estão sempre em cartaz!
O sanduíche foi criado em São Paulo por um estudante bauruense, mas conquistou o Brasil de ponta a ponta! A receita original reúne rosbife, tomate, pepino em conserva e quatro queijos fundidos em um pão francês especial. Para apreciar, siga para o Bauru Chic, ao lado do Bauru Shopping. Além da versão clássica, a casa traz outras dez variações do lanche. Também na lanchonete Skinão, no bairro de Altos da Cidade, o sanduba merece respeito. Para a sobremesa, aposte nos concorridos churros da Praça da Paz. De massa sequinha, são recheados com os tradicionais doce de leite e chocolate, além de requeijão e doce de abóbora.
Na cidade que é a maior produtora de ostras do país, os restaurantes capricham na hora de servir o molusco, que chega à mesa cru, gratinado, no bafo, embebido em champanhe... A iguaria é um dos motivos para seguir até à bucólica praia de Ribeirão da Ilha, uma vila de pescadores que ainda preserva a arquitetura açoriana. O cultivo de ostras é comum na região, assim como os restaurantes que as servem fresquinhas. Entre eles está o concorrido Ostradamus, com 16 versões do prato. Já imaginou ostra ao alho e óleo e incrementada com gengibre, mel e conhaque? E defumada artesanalmente, servida com molho branco e cheddar? Lá tem!
Eisbein & chucrute - Blumenau (SC)
A herança da imigração alemã é visível nas construções, que abrigam restaurantes perfeitos para degustar a culinária típica e uma boa cerveja artesanal. No cardápio, o eisbein (joelho de porco), o kassler (carne de porco defumada) e o marreco recheado formam a trinca preferida dos turistas e moradores. E ainda tem uma infinidade de salsichas para abrir os trabalhos! Independente do prato escolhido, não abra mão dos acompanhamentos: repolho roxo refogado e adoçado com cravo e canela, chucrute (repolho em conserva) e purê de maçã ou de batata.
Polenta, galeto & café colonial - Gramado (RS)
As delícias herdadas dos colonizadores italianos estão por toda a Serra Gaúcha. Além das citadas acima, ainda tem massas, sopas, queijos e embutidos sempre acompanhados pelos bons vinhos produzidos na região. E o que dizer das sequências de fondues dos restaurantes espalhados pelas avenidas das Hortênsias e Borges de Medeiros? Mas vá devagar... o roteiro gastronômico inclui ainda o famoso café colonial, que leva à mesa mais de 80 variedades de doces e salgados.
Prato típico do litoral paranaense, o barreado tem como base as carnes consideradas menos nobres como músculo, acém e patinho. A combinação e o preparo, porém, conferem um sabor especial, ainda mais levando em conta que as carnes são cozidas por 12 horas em panela de barro selada com água e farinha. O tempero vem do caldo, aromatizado com louro e cominho. Para acompanhar, apenas laranja e banana (que pode ser frita!). Caso o corpinho e a consciência pesem demais, vale bater perna pelo Centro Histórico, repleto de museus e espaços culturais.
A exótica culinária do Pará reúne pratos famosos no Brasil e no exterior. E apesar do calor que assola a região o ano todo, receitas típicas como o tacacá, um caldo feito com tucupi, jambu (erva local), camarão seco e pimenta-de-cheiro, são servidos fervendo, tanto nos restaurantes quanto nas barraquinhas montadas nas esquinas - a da Dona Maria, em Nazaré, é a mais famosa da cidade. Os restaurantes de Belém se espalham pelo Centro e bairros próximos como Umarizal, Cidade Velha e Nazaré. Pontos turísticos como Estação das Docas, Mangal das Garças e Casa das Onze Janelas também abrigam excelentes estabelecimentos.
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